Paróquia

Paróquia Santo Cura D´Ars

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Uma História Viva

“Milhões de atos cristãos, pequenos e escondidos dos olhos
dos homens, grandes e brilhantes aos olhos de Deus.”

Na construção da Nova Capital, em 1898 foram implantados núcleos colônias rurais que tinham como objetivo produzir os alimentos que seriam consumidos na capital. Já em 1900, esses núcleos acabaram tendo de acomodar populações crescentes de operários e imigrantes. Um dos registros da época menciona 383 imigrantes italianos que chegaram à região do Calafate.

Planejado pela Comissão Construtora da Nova Capital, um hipódromo, já fora dos limites da Avenida do Contorno, chamado de Prado Mineiro, no quarteirão onde hoje funciona a Academia da Polícia Militar, era a possibilidade de diversão numa cidade considerada monótona e que seria o ponto de encontro das famílias.

Foto: Arquibancadas do Prado Mineiro

De acordo com um jornal da época, “O pavilhão central, destinado aos sócios, é de forma elegante, com altura suficiente a dominar toda a área do prado, e as arquibancadas para os espectadores, extensas e confortáveis, estão dispostas aos lados no mesmo nível, tendo o pavimento térreo, à esquerda, acomodações especiais para botequins etc. O pavilhão tem uma vistosa cúpula, onde tremula o estandarte da associação, e toda a cobertura das arquibancadas é ornada de lambrequins e arabescos de muito gosto, dando a todo o edifício o aspecto esportivo dos grandes prados europeus”.

O jornal continua: “o lugar elegante das arquibancadas era ocupado por cavalheiros, senhoras, senhoritas e rapazes da elite da cidade e o pavilhão inferior era ‘apinhado de povo’. Ao público pagante e não associado era destinado o pavilhão inferior”. Ainda havia aqueles que não podiam pagar pelo ingresso e tentavam assistir do lado de fora, mesmo que um pano colocado na cerca tentasse impedir.
Em 1906, foi inaugurada uma nova linha de bonde, ligando o Prado Mineiro ao Centro, perfazendo uma distância de dois quilômetros.

Futebol

O pavilhão central do hipódromo Prado Mineiro, viria a se transformar em estádio de futebol

 

Por um breve período, o hipismo foi o principal esporte da capital. Porém, poucos anos depois, o interesse por corridas de cavalo declinou e o futebol se apropriou de vez daquele espaço. Já em 1914, o Prado Mineiro se tornou o principal campo da cidade, realizando os campeonatos de futebol.

O primeiro voo oficial de Belo Horizonte decolou do Prado Mineiro, em 1912, e foi realizado pelo piloto italiano Ernesto Darioli

 

 

 

Além das provas de turfe e futebol, o Prado Mineiro ficou também conhecido por ter sediado o primeiro
voo oficial de avião da cidade. Em 20 de abril de 1912, o piloto italiano Ernesto Darioli protagonizou este
acontecimento. O avião, àquela época, era totalmente desconhecido da população, tendo sido visto antes
apenas no cinema.

No alto do Prado Mineiro, a primeira capelinha

Na Capelinha do Senhor Bom Jesus do Amor Divino, o Padre Américo, da Paróquia São Sebastião do Barro Preto, anunciava a Palavra de Deus à comunidade.

No alto do Prado Mineiro, erguiase uma capelinha dedicada ao Senhor Bom Jesus do Amor Divino, onde as famílias reuniam-se para oração. O bairro crescia, principalmente pela influência dos imigrantes italianos, portugueses e sírios, que enriqueciam a região com suas culturas diversificadas.

No detalhe, a imagem do Cristo crucificado, que se encontra atualmente na sacristia da Basílica, é uma lembrança do começo da Paróquia

Na capelinha venerava-se um belo Cristo crucificado, que se encontra atualmente na Sacristia da Basílica.

Estava ali, plantada em chão fértil, a primeira semente que iria dar anos depois na construção da paróquia do Prado.

Um português de nome Antônio Barrocal e seu filho constituíram uma comissão com outras famílias e fundaram a Sociedade do Senhor Bom Jesus do Amor Divino. Havia o desejo de construir uma capela maior que um dia pudesse ser a sede de uma nova paróquia. Os recursos das famílias resultaram na compra de dois lotes de números 16 e 17, no quarteirão 181.

Em setembro de 1943, o pároco da Paróquia de São Sebastião do Barro Preto, Pe. Américo de Campos Taitson, vinha da igreja matriz e celebrava a Missa Festiva na capela do Senhor Bom Jesus do Amor Divino.

Nossa comunidade, que sempre se mostrou inserida no corpo de uma igreja viva, alegrava-se por possuir o seu novo lugar sagrado, sua pequena Casa do Pai para celebrar a Eucaristia. Semeou-se, naquele momento, em chão fértil, regado pela fé e por muito trabalho, o que viria a florescer cinco anos depois…

A Pequena semente gerou uma árvore grande e sadia

No dia 29 de junho de 1949, o Arcebispo de Belo Horizonte, Dom Antônio dos Santos Cabral, assinou decreto de criação da Paróquia de São João Maria Vianney, o Santo Cura d’Ars. Na mesma data, Dom Cabral nomeou o primeiro vigário, Cônego João Olímpio Pitaluga.

No dia 10 de julho de 1949, numa bela festa, marcada pela fé, oração e alegria de nossa comunidade, instalou-se a Paróquia do Santo Cura d’Ars.

A árdua missão de erguer a igreja matriz

A comunidade atendeu ao chamado de Dom Cabral e, em
sete anos, o arcebispo procedeu à sagração do altar-mor

No dia da instalação da Paróquia (10 de julho de 1949), Dom Cabral lembrou a todos sobre a necessidade de se dedicarem também à edificação da igreja matriz.

No dia 14 de agosto daquele ano aconteceu o lançamento da pedra fundamental no terreno ao lado da capela, adquirido através de empréstimo bancário. O projeto foi aprovado pelo Dr. João Porto de Menezes, sendo que as fundações começaram no dia 23 de dezembro.

A construção da igreja, com sua grande cúpula, foi obra difícil e enfrentou momentos críticos. Em 1953 a
maior parte da nave, antes da cúpula, estava em condições de uso. O restante da obra ficou praticamente parado por questões de ordem técnica. Em 8 de julho de 1955 as obras foram reiniciadas, fazendo-se inclusive um novo e apurado estaqueamento de todo o terreno, corrigindo-se definitivamente aspectos estruturais para garantia da segurança da igreja.

Em 1956 a estrutura de todo o templo estava praticamente concluída. No dia 16 de setembro o Senhor Arcebispo Dom Cabral, procedia à sagração do altar-mor.

Nesta foto, tirada em 1955, uma vista aérea do bairro Prado, com metade da Basílica já erguida e ruas sem carros

A Pequena capela tornou-se uma bela Bálica

No Ano do Bicentenário do Nascimento do Santo Cura d’Ars, o Santo Padre São João Paulo II, por meio de um Breve Apostólico publicado em 1º de fevereiro de 1986, elevou a igreja paroquial do Prado à dignidade de Basílica Menor.

Existem duas categorias de basílicas: as maiores e as menores. As mais antigas e notáveis igrejas de Roma, em cujo altar somente o Papa pode presidir a Celebração da Eucaristia, são as Basílicas Maiores, como a Basílica de São Pedro. Nessa categoria também estão as Basílicas de São João de Latrão, de São Paulo fora dos muros e de Santa Maria Maior.

As outras igrejas, às quais o Santo Padre também concedeu o título de basílica, como é o caso da nossa Basílica do Santo Cura d’Ars, são chamadas Basílicas Menores. Mas não há qualquer depreciação nesta denominação. Isso se dá, apenas para efeito de distinção.

Obrigações e Concessões

Nas igrejas elevadas à dignidade de Basílica a comunidade cristã assume algumas obrigações e é agraciada com concessões espirituais. Eis as mais importantes:

  • Com o compromisso da comunidade paroquial de viver mais plenamente a Fé, aprofundando a consciência do ser cristão (estudo), celebrando com maior empenho a Liturgia e dedicando especial atenção aos ensinamentos do Papa, três celebrações devem fazer-se numa Basílica, com solenidade específica:
    • A festa da Cátedra de São Pedro, dia 22 de fevereiro.
    • A festa de São Pedro e São Paulo, dia 29 de junho.
    • O dia do aniversário da eleição do Papa
  • Observadas as condições habituais (confissão, comunhão e oração pelo Santo Padre), recebem indulgência plenária os fieis que visitarem a Basílica nos seguintes dias:
    • Festa de São Pedro e São Paulo (29 de junho).
    • Festa do Padroeiro, São João Maria Vianney (04 de agosto ou dia de sua celebração).
    • Comemoração da Dedicação de Santa Maria da Porciúncula (2 de agosto).
    • Data escolhida pelo Reitor da Basílica.

Fonte: Informativo Entre Nós, nº61, julho de 2019